Crianças e Adolescentes versus o Uso de Celular

Crianças e Adolescentes versus o Uso de Celular

São muitos os alertas para o cuidado dos pais com os filhos nas fases de infância e adolescência que ficam muito tempo vendo conteúdos no celular ou no computador.

Que alertas são esses? São alertas vindos dos mais variados especialistas, sejam psicólogos, psiquiatras e neurologistas, preocupados com a saúde mental e emocional; educadores preocupados com a cultura e a formação educacional; médicos observando os efeitos negativos na visão, na formação da coluna e musculatura, como tantos outros prejuízos que o uso excessivo de celular e computador traz. E, como se não bastasse, temos, ainda, o alerta dos especialistas em segurança pública, mostrando casos de cyber bullying, tortura psicológica e, até, abusos físicos, que começam pela conquista da confiança nas redes sociais. 

Famílias leem ou assistem, frequentemente, reportagens sobre crianças e adolescentes alvos de violência na internet. E que o fazer para se prevenir desta violência?

Precisamos focar na convivência familiar, em estarmos com nossas crianças e adolescentes, conversar com eles. Só perguntar “como foi a escola?” e aceitar que a resposta “tudo bem” encerre o diálogo e cada um volte para o seu celular é um grande descuido. 

Mesmo que sua criança ou seu adolescente reclame que você (pai, mãe ou quem faça esse papel na família) queira saber o que ele ou ela faz, assiste, com quem conversa, sobre o que conversa... continua sendo sua responsabilidade estabelecer o vínculo de cuidado. O adulto é quem deve chamar, insistir com a criança e com o adolescente para o convívio. Conversar, fazer atividades juntos, conhecer seus gostos, seus pensamentos, seus sentimentos estabelece a intimidade familiar. Poder estar aberto a conhecer e conviver com os amigos dos filhos crianças e adolescentes ajuda-os a estabelecer relações saudáveis com amigos “de carne e osso”, valorizando essas relações e diminuindo o impacto das cyber amizades, pois, muitas vezes, nem temos certeza se o “amigo” é realmente uma criança, um adolescente...

Outro ponto muito importante se traduz nas angústias destas crianças e adolescentes. Quando o adulto não tem paciência ou interesse pelas angústias de seus filhos, eles procuram escuta no amigo da internet. É mais comum que eles se abram sobre suas questões com os amigos da internet do que com os amigos próximos, pois a tela traz a falsa sensação de proteção, com isso a criança ou adolescente vai se mostrando, sem perceber.  

Enquanto mãe e pai, devemos aprender a ouvir nossas crianças e adolescentes, sem querer impor nossos jeitos, nossas preferências... Eles precisam ser acolhidos e respeitados por nós. 

Autor
Ângela Grubel Bandeira

Ângela Grubel Bandeira

Psicóloga especializada em Terapia de Casal e Família, Sexualidade Humana e Mestre em Psicologia